Governo Bolsonaro terá quatro presidentes da Petrobras em menos de dois anos; entenda as mudanças

A estatal já foi presidida pelo executivo José Mauro Coelho, pelo general Joaquim Silva e Luna e pelo economista Roberto Castello Branco. Mudanças estão relacionadas com o preço de paridade de importação (PPI), adotado no governo Temer.

 

Desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, a Petrobras já teve três presidentes. O mais recente a deixar o cargo, José Mauro Coelho pediu demissão nesta segunda-feira (20), pouco mais de dois meses após assumir. O substituto interino definido pelo Conselho de Administração da empresa é Fernando Borges.

Antes dele, a estatal foi presidida pelo general Joaquim Silva e Luna (o militar tomou posse em abril de 2021 permaneceu no posto até março deste ano) e pelo economista Roberto Castello Branco (nomeado para o cargo em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro de 2021 por Bolsonaro). Abaixo, entenda as três trocas e como as mudanças estão relacionadas com o preço de paridade de importação (PPI).

Graduado em química industrial, com mestrado em engenharia dos materiais e doutorado em planejamento energético pelo Programa de Planejamento Energético (PPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o executivo comandou o segundo menor período de gestão da Petrobras desde o fim da ditadura militar.

Ele deixou o cargo pressionado pelo governo após reajuste de preços do diesel e da gasolina. Sua saída era aguardada desde o dia 23 de maio, quando o Ministério de Minas e Energia afirmou que “diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”.

Militar, o general tomou posse em abril de 2021 e permaneceu no posto até março deste ano, totalizando 343 dias no cargo. Foi demitido em abril deste ano por ter seguido a lógica de mercado para definição dos preços dos combustíveis.

Mesmo com reajustes mais esporádicos, o general desagradou ao seguir a lógica de mercado para definição dos preços. Diante da tensão crescente após o estouro do conflito entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras chegou a ficar 57 dias sem reajustes enquanto estudava a escalada de preços de commodities no mundo. Mas a demora a obrigou a fazer um severo reajuste nos preços, com aumento de 18,8% no litro da gasolina e de 24,9% no litro do diesel para as refinarias.

Silva e Luna foi o primeiro militar a assumir o comando da Petrobras desde 1989, quando o oficial da Marinha Orlando Galvão Filho deixou o cargo. A estatal foi comandada por militares durante a maior parte do período ditatorial e chegou a ser capitaneada entre 1969 e 1973 pelo general Ernesto Geisel, que viria a se tornar presidente da República nos cinco anos seguintes.

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